(re)descobrindo os prazeres de vagar entre hiperlinks
e procurando perspectivas mais otimistas pra essa terra de ninguém online
Estou tentando usar a internet (ou o que me interessa na internet hoje), como eu fazia pouco mais de uma década atrás: checando pontualmente redes e portais, e limitando meu uso ao computador. Como demorei pra ter smartphones, e principalmente 3G no celular, eu tinha acesso bem mais restrito às redes sociais se estivesse fora de casa ou longe do computador.
Aos queridos leitores mais novos que eu, sinto muito se essa edição for muito "Millennial” ou se soar como nostalgia gratuita, mas eu cansei dessa internet que é sinônimo de xuiter, instagram e tiktok. Parece idiota até, descrever esse passado e tentar reproduzir hábitos que foram substituídos pelo scroll infinito. Com o tempo eu deixei os feeds me atualizarem de muitas coisas e uma hora esqueci que existiam outras formas de usar a internet, de que ter uma experiência virtual pautada pelos algoritmos é algo muito mais recente e, honestamente, menos pessoal.
Nessa minha busca por jeitos de transitar fora desses feeds (ou de uma forma mais limitada), eu voltei a visitar sites de revistas, designers, estúdios, voltei a ativamente ler e não só “salvar” os textos, ensaios e vídeos que me interessavam, me perdi em buscas de imagens de domínio publico, redescobri álbuns e músicas antigas e termino essa semana um pouco mais revigorada.
Admitir tudo isso me deixa sem graça, mas sei que essa experiência, como muitas outras, não é única e nem “minha”. E antes de compartilhar essas coisas legais que eu vi, vale dizer que eu não espero que esse buraco do inferno que virou a internet e as redes sociais vá se resolver apenas com a debandada ou mudança de postura de usuários. O que a gente precisa mesmo (mesmo mesmo mesmo) é uma regulação pesada das redes e das big techs. Sem isso, caímos na mesma coisa de achar que você sozinho fechando a torneira enquanto escova os dentes vai resolver o problema de falta de água…
Coisas legais que eu vi, li e ouvi 🧠
📹 “She Sells Shellfish” (12 minutos) Um tributo poético e repleto de mar às “mulheres do berbigão” do País de Gales, dirigido por Lily Tiger - PSYCHE
📑 “Lords Of The Untamed Wild” de John Last - NOEMA
“Toda conservação da natureza selvagem é autodestrutiva, pois para apreciá-la devemos ver e acariciar, e quando um número suficiente de pessoas já viu e acariciou, não sobrou nenhuma natureza selvagem para valorizar.” - Aldo Leopoldo
✏️ Notion Faces - Notion lançou esses dias um gerador de avatar ilustrado que tá uma gracinha! Passei um tempão montando vários e acho que se não viram, vocês vão gostar!



🎵 NTS Guide to: Impressionism - Tracklist de música clássica da NTS de fevereiro do ano passado. Tenho escutado muitos programas deles e recomendo demais pra encontrar música nova!
🎵 Idris Muhammad - Power of Soul LP 1974 - só da play 💖 são 34 minutos
Alguns testes de pinceis do Adobe Fresco
Inspirada por um vídeo da Furry Little Peach do ano passado onde ela mostra seus testes e estudos com pinceis digitais, decidi fazer algo parecido enquanto trabalhava na direção visual de um projeto que está em andamento.
Aproveitei que tinha salvo vários pacotes do Kyle T. Webster no adobe fresco e saí rabiscando! Aqui estão alguns deles 🤓









Semana que vem trago uma novidade pra newsletter 👀
até a próxima!
Eu me reconheci MUITO nessa news!!! Eu achei notion faces tão bonitinho e criativo também! Vou dar uma olhada no resto 😍
Eu escrevi sobre isso também, sobre fuçar a internet, mas aí fuçando a internet eu descobri um monte sobre a própria internet, e acabei escrevendo sobre tudo isso. Eu acho que você ia amar descobrir os sites da indie web? E também acho que você gostaria do site "Are.na", as pessoas juntam conteúdos e coisas aleatórias por tópicos lá, dá para mergulhar em assuntos diversos pela perspectiva de outros.
Vivendo e desbravando a internet com intenção 🫂